Pouco tempo depois de ser admitido na CBPI, recebi um comunicado da minha gerência, informando que deveria comparecer ao Departamento de Recursos Humanos para uma nova designação.
Curioso, segui a orientação e fui informado de que eu seria indicado para compor o grupo da CIPA - Comissão Interna para a Prevenção de Acidentes, representando o empregador pelos próximos dois anos.
Empossado que fui da responsabilidade, tratei de me preparar para exercê-la da melhor maneira possível. E assim foi. Participei de uma série de cursos, treinamentos e simulações, até que fui considerado apto a integrar o grupo.
Pouco tempo depois surgiu a necessidade de participar de uma reunião, de forma a resolver ou, ao menos, encaminhar a solução para um problema diagnosticado como grave pela área de segurança patrimonial, que dizia respeito à remoção do nosso serviço gráfico (sim, FNI também coordenava o serviço gráfico da Companhia naquela época) da área que ocupava no pavimento 3G (terceiro andar - garagem) exatamente abaixo da ala do primeiro andar, onde se localizava o restaurante carinhosamente conhecido como “Bandejão” e sua cozinha.
A alegação era a de que o nosso serviço gráfico utilizava produtos extremamente voláteis e combustíveis que, além de exalarem fortes odores, poderiam por em risco as instalações do prédio Matriz, repleto de frequentadores ressabiados pelo recente incêndio que os levara a antecipar a mudança para esse novo edifício!
Para agravar ainda mais a situação, as instalações do Centro de Processamento de Dados se projetavam sobre a mesma ala das duas outras, compondo um cenário muito propício a novo infortúnio dessa natureza. Um incêndio de grandes proporções!
Participando da reunião comigo, além de alguns colegas de outras áreas, encontravam-se presentes um destacado engenheiro da Companhia, de sobrenome enrolado e conhecido como Barão pelos colegas, e o coordenador do nosso serviço gráfico, o Valdir, pessoa muito simpática, sempre sorridente e permanentemente bronzeado!
Um verdadeiro carioca, de bem com a vida e muito brincalhão.
Discussão vai, discussão vem, ideias de todos os tipos e tamanhos brotando de lado a lado e… nada de consenso!
Até que num dado momento, o Barão se exaltou e disse que, não havendo solução para o impasse, o jeito seria interditar a gráfica até que se chegasse a uma solução satisfatória.
Foi então que a reunião desandou. Os ânimos se exaltaram, os sorrisos desapareceram e a discussão foi ficando cada vez mais acalorada. E nada de consenso.
A temperatura subia cada vez mais. Até que o Barão, de forma solene e definitiva resolveu por um fim na discussão, dizendo:
— Ou é da forma como sugeri ou recomendarei a imediata suspensão dos serviços gráficos!
E completou com o semblante carregado:
— Lembrem-se: o meu pavio é curto!
Ao que o nosso coordenador gráfico retrucou imediatamente, com um sorriso irônico nos lábios, bem ao seu estilo:
— Ihh! E eu nem mais pavio tenho!
Gargalhada geral no recinto!
That's all folks!
Philippe Gusmão
11/08/2023
N. do Editor: dois ou três anos depois, a Divisão de Informática aprovou junto à Diretoria outro projeto pioneiro na empresa: a terceirização da gráfica, que foi batizada de Artes Gráficas Ecoprint Ltda e fundada em 13/08/1992.
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