Ipiranga utiliza novo conceito de site

HEINAR MARACY

Existem empresas que utilizam a Internet como ferramenta de produtividade. Outras bancam sites interativos e criativos na rede mundial para fixar sua marca entre os internautas e transmitir uma imagem de modernidade a seus consumidores.

Poucas empresas, no entanto, conseguiram unir de forma sinérgica esses dois enfoques.

Clique um, leve dois

Para começar, são dois sites. No da Ipiranga está a parte corporativa, com informações institucionais dirigidas a grandes clientes, aos quase 3.000 postos de combustíveis franqueados da empresa e a possíveis investidores.

O outro site se chama Byt@Caravana. Seu objetivo é se tornar um ponto de encontro para os maníacos por veículos automotores.

Para isso, conta com uma boa dose de interatividade, recursos multimídia proporcionados pela tecnologia Flash, da Macromedia, serviços e links para o que existe sobre o assunto na Internet.

Até aí, nada de novo. O grande achado da Ipiranga é a forma como os dois sites se relacionam.

Por exemplo, o Byt@Caravana possui uma página de classificados para quem quer vender ou comprar carros.

Só que, para colocar seu anúncio, você precisa se cadastrar, preenchendo uma ficha on line com os dados sobre seu veículo e os motivos que o levaram a querer se desfazer dele.

Os dados dos internautas que se cadastram no site são levados para uma base de dados da Ipiranga, permitindo a realização de pesquisas on line sobre a preferência de seu público.

"A qualquer momento, podemos descobrir qual o motivo principal que leva homens de 25 a 35 anos a vender seus carros", diz Ricardo Bretz, gerente da divisão de informática da Ipiranga.

Provedor próprio

Para aumentar essa interação, a Ipiranga tomou outra decisão incomum entre empresas que decidem investir na Internet: ela se tornou seu próprio provedor de acesso à rede.

O site da Ipiranga está localizado fisicamente em servidores dentro da própria empresa, gerenciados por software da Netscape.

Segundo Bretz, essa foi uma decisão estratégica tomada pela empresa, como forma de obter o controle máximo sobre o desempenho e a evolução do site.

"Queremos que esse site se transforme em uma grande ferramenta de colaboração com nossos funcionários, clientes e fornecedores", diz ele.

Entre os planos da empresa está a implantação de uma área restrita, que permitirá que o comércio eletrônico com seus franqueados e grandes consumidores, hoje realizado pelo sistema EDI (Electronic Data Interchange), possa ser feito pela Internet.

Publicado no jornal Folha de S. Paulo, Caderno de Informática, em 01/12/1997