Em determinada época, com a casa nova sendo arrumada aos poucos, os profissionais da Área de Desenvolvimento de Sistemas tinham que concorrer para utilizar os terminais de vídeo IBM. No novo layout foram instalados três terminais, disponíveis em uma mesa, como já citado em uma crônica anterior.
Uma das características desses terminais era de que ao serem ligados, apareciam várias letras I na tela, no formato grego (IOTA), compondo um I maior, no mesmo formato, reproduzindo a logomarca da Ipiranga.
Um belo dia, estava sentado trabalhando no terminal da esquerda (terminal 1), quando dois ou três colegas aproximaram-se e perguntaram se eu iria demorar a sair. Respondi que sim e eles fizeram uma pequena alteração nos dois terminais ao lado: trocaram os cabos de ligação do teclado do terminal 2 com o do terminal 3.
Como citamos acima, os dois já estavam ligados e mostrando a letra I. Alguns minutos depois, um dos estagiários sentou-se à frente do terminal 2, e iniciou seu trabalho. A partir desse momento, alguns fatos se sucederam:
- Ele clicou no ENTER do teclado, mas o I não desapareceu. Achando que o problema seria do teclado repetiu por várias vezes a tentativa, sempre tendo como resposta o I estampado na tela.
- Desligou o terminal e ao ligar novamente o I apareceu. Repetiu as tentativas acima e o terminal teimava em retornar como resposta o I estampado na tela.
Por ser persistente, o estagiário tentou por mais duas vezes repetir os passos acima.
Olhando para o lado, reparou que o lugar do terceiro terminal estava vazio e imediatamente, passou a trabalhar nele. Note-se que a tela deste terminal não apresentava mais o I estampado na tela.
Percebendo que a tela já estava pronta para o trabalho, iniciou a digitação de seu texto. Mas a tela continuou escura e não reproduzia a digitação realizada. Resolveu desligar o terminal e ligar novamente.
Para sua surpresa, o I apareceu na tela e então deve ter pensado “agora vou conseguir trabalhar”. Ledo engano, recomeçou todo o sufoco dos primeiros passos ....
- Clicou no ENTER do teclado, mas o I não desapareceu.
- Desligou o terminal e novamente o I apareceu, repetiu o passo acima.
Olhando para o lado, via o terminal que eu ocupava e o que ele já havia utilizado sem sucesso.
Neste momento, já quase sem conseguir me segurar para não rir, encerrei minha sessão no terminal 1, liberando-o para que ele pudesse trabalhar. Assim, e só assim, o estagiário persistente conseguiu vencer o terminal resistente!
Ao sair da bancada com os terminais, me deparei com vários colegas morrendo de rir com as reações do estagiário. E lembrei-me de outras pegadinhas que eram aplicadas em quem estava começando a sua vida profissional na nossa área!
Haja criatividade...
Roberto Leandro
20/07/2024
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