Decisão baseada no crescimento dos dois anos seguintes
O gerente do Departamento de Suporte Operacional da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, Francisco Bueno, recebeu no final de 1988 sinal verde do responsável pelo planejamento de capacidade e performance da empresa de que era chegada a hora de mudar o sistema operacional.
“Através do acompanhamento do crescimento das atividades batch e on-line, verificou-se que o sistema operacional VSE seria inadequado quanto ao número de participações e memórias. Nesta ocasião iniciamos as análises de como seria efetuada a migração. A substituição do VSE/AF pelo VSE/SP propiciou maior disponibilidade de tempo para uma migração segura e planejada”, comenta Bueno.
Ele salienta que, independente da decisão de migrar para o MVS, foi feito um estudo de capacidade de CPU e memória, levando em consideração as necessidades da empresa nos dois anos seguintes. “O estudo indicou um IBM 3090/175, o que veio a reforçar a decisão quanto ao sistema operacional, no sentido de que com o VSE não seria possível explorar devidamente o equipamento”.
Seis meses foi o tempo que a equipe de migração - com representantes das áreas de desenvolvimento, produção, administração de banco de dados, coordenados pelo Suporte Técnico - levou para concluir o projeto, num universo de aproximadamente 1600 programas e 1000 jobs.
Francisco Bueno destaca que para ter sucesso em uma migração é fundamental definir as fases do processo antes de sua instalação. A equipe técnica da Petróleo Ipiranga, com autonomia para decisão e alocação de recursos, dividiu a migração em quatro etapas: planejamento, treinamento, execução e adequação.
Bueno conta que na fase de planejamento foi identificada a relação entre os sistemas, dividindo-os em grupos (Unidades de migração). Nessa fase foram definidos também a ordem de migração, os procedimentos durante a migração, além dos padrões de nomenclatura e operacionais do novo ambiente.
Quanto ao treinamento, a equipe decidiu fazer cursos, cujo programa foi definido por ela, ministrados por uma consultoria externa. Os cursos abordaram os seguintes tópicos: conceito (assistido pelos gerentes e profissionais de desenvolvimento de aplicações, de produção e de operação); JCL e utilitários (com o pessoal de desenvolvimento de aplicação e da produção) e finalmente operação (assistido por quem cuida da produção).
A execução foi realizada com as equipes da empresa e o grupo de produção foi responsável pela conversão do JCL. Este grupo, de acordo com Francisco Bueno, desenvolveu um utilitário que possibilitou a automação de boa parte do trabalho.
A conversão dos programas ficou a cargo do grupo de desenvolvimento, que teve seu trabalho facilitado por utilizar uma linguagem de alto nível para aplicações on-line. Na etapa de adequação foram desenvolvidas tarefas de otimização de recursos e procedimentos.
O gerente do Departamento de Suporte Operacional concluiu que os ganhos do MVS/ESA em relação ao VSE/SP são muitos. A começar pelo tempo de processamento que foi diminuído em cerca de 30% além do aumento do número de jobs processados concorrentemente.
Outros benefícios foram obtidos como, por exemplo, a oferta de produtos para segurança de informações, monitores de desempenho e gerenciadores de espaço em disco, entre outros.
Publicado na Revista Dados e Ideias
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