A década de 90 marcou um período de grandes transformações para o Grupo Ipiranga. Essa efervescência se iniciou em meados dos anos 80 e prosseguiu durante os anos seguintes, atingindo o seu auge exatamente no período mencionado.
Desde mudanças visuais, passando pela modernização das marcas e logotipos até a arquitetura de postos e franquias, era comum lidarmos quase que a todo momento com solicitações de diversas áreas da CBPI e mesmo de outras empresas do Grupo, requisitando a nossa ajuda para os mais diversos projetos, desde os de alta complexidade tecnológica até os mais simples, mas que exigiam mesmo assim o emprego de técnicas, processos e equipamentos eletrônicos cujo domínio era corriqueiro para nós de FNI.
Com a aquisição da Atlantic, uma série de novas demandas se apresentaram, principalmente por conta da absorção de pessoal, da unificação e racionalização de processos e da imperiosa necessidade de aumentarmos a performance de diversos setores administrativos do Prédio Matriz.
Dentre esses setores demandantes se encontravam a portaria principal do edifício e o restaurante carinhosamente conhecido como “Bandejão”, setores esses com grande afluência de pessoas cujo acesso requeria controle, mesmo que sob diferentes regras.
Demandados que fomos a solucionar os dois problemas, fizemos o que pedia o figurino ou seja, mãos à obra!
No caso do restaurante, optamos por um sistema eletrônico de controle de acessos, composto por uma catraca acoplada a um painel com leitor de tarja magnética, apto a ler os nossos crachás funcionais e registrar cada uma das utilizações.
Prospectamos o melhor equipamento, o sistema mais adequado, cuidamos da instalação da infraestrutura, da interligação sistêmica, dos protocolos, enfim tudo.
Ou melhor, quase tudo!
Faltava um item em particular.
Aparentemente secundário e fácil de resolver, mas que poderia ser crucial para o sucesso do projeto: a ergonomia!
O responsável direto pelo projeto era um dos nossos colaboradores, engenheiro eletrônico bem magrinho, baixinho e de cabelo desgrenhado, com cara de gênio e que era mesmo genial. Pessoa inteligentíssima e de fino trato, sempre sorridente e pronto a colaborar. Omito aqui o seu nome, mas creio que todos já o identificaram.
Além de capitanear o projeto, ele mesmo se ofereceu para gabaritar o corredor de acesso à catraca, entendendo que o seu porte físico serviria para ajustar os parâmetros mínimos. Mas o que fazer quanto aos parâmetros máximos?
O ideal é que a catraca fosse ajustada de tal maneira que a “rampa de acesso” servisse igualmente para perfis estreitos ou largos, sem permitir muita folga ou qualquer aperto incômodo, de tal maneira que a ergonomia do processo fosse a melhor possível.
Pensa daqui, pensa dali e só nos restou uma alternativa confiável: encontrarmos um gabarito para o perfil largo. E quase que ao mesmo tempo ocorreu-nos a pessoa ideal: um colega da área de seguros, que não era nem tão gordo, mas bastante largo!
Resolvida a escolha, faltava agora o essencial. Precisávamos convidá-lo a colaborar com o projeto. Mas como? Chegar assim sem mais nem menos e pedir-lhe para servir de gabarito para nós? E se ele não recebesse bem esse “convite”? Qual seria a sua reação?
Tudo isso nos passou pela cabeça e resolvemos que por precaução, e também por uma questão de apoio moral, iríamos juntos, eu e ele, falarmos com o nosso colega, para explicar-lhe quão importante poderia ser a sua participação em nosso projeto.
E assim foi feito. Subimos ao andar dele e muito sem jeito, dando mil voltas no assunto, explicamos-lhe desde o início do que se tratava, dissertamos sobre ergonomia, etc. e tal para, finalmente, e pisando em ovos, lhe formularmos o convite.
Ao que ele, abrindo um grande sorriso nos despreocupou dizendo que nos ajudaria com o maior prazer. E completou, informando que já teria sido motivo de preocupação semelhante em alguma outra situação.
Ato contínuo, tomamos o caminho do restaurante onde, tal qual alfaiates cuidadosos, o posicionamos na rampa de acesso à catraca e tomamos todas as medidas necessárias ao nosso cuidadoso projeto. "Prêt-à-porter"!
Perfeito!
Philippe Gusmão
12/07/2023
FNI.inf.br - este site NÃO utiliza cookies (exceto os do Google Sites) e NÃO armazena dados pessoais, estando em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados - Lei Federal 13.709/18.
A inclusão de conteúdo está sujeita à aprovação prévia dos editores.