Essa talvez seja uma crônica diferente porque pretende celebrar a trajetória de um profissional da Informática que marcou época no desenvolvimento de nossa área e, sem dúvida, da empresa: Paulo Cesar Gomes da Silva.
E diferente porque, além de procurar manter vivas algumas histórias e alguns causos que o caracterizaram, não quer ser completa. Somente reavivar nossa memória e nossas lembranças para que PC não seja esquecido.
Desde os primórdios da microinformática, ele participou de vários projetos importantes. Um que não pode ser esquecido foi a criação do Centro de Informações, que destinava-se a ensinar, orientar e atender os usuários.
Lá, tudo começou com produtos e terminais de vídeo da IBM, como o Profs (agenda e correio), e o editor Wordstar. Estas ferramentas introduziram a computação aos usuários finais, às secretarias da diretoria e a alguns executivos. Mais tarde foram introduzidos os PCs com placas emuladoras de terminal e a computação do usuário final com suporte também do CI. Nas linguagens e ambientes suportados na época. E assim, logo depois veio o “caos” ! 😁😁
Ele não poderia ser melhor lembrado: PC. Capitaneou a introdução e difusão dos PCs (personal computers) por todas as áreas da Ipiranga, e em várias outras empresas das EPI.
Diversos treinamentos foram desenvolvidos no CI e aplicados aos usuários: desde os primórdios do MS-DOS com Basic, Multiplan, Pagemaker, Framework e depois Windows com Word, Excel, Powerpoint e eventualmente Access e até mesmo MS-Project. Sem contar os inícios da internet, com Netscape, Messenger, Cadê, Aonde e vários outros.
Os usuários mais curiosos quanto às novas tecnologias que iam aparecendo não deixavam de descer ao nosso andar para consultar os “analistas do CI”, supervisionados pelo PC sempre que necessário, o que dava a todos os seus funcionários mais segurança para resolver as questões apresentadas.
As brincadeiras com os colegas de trabalho também eram especiais. Alguns ainda devem lembrar dos trocadilhos “técnicos” aplicados quando necessário, como “plug and pray”!
Outra lembrança é das conversas que tivemos sobre o futuro dos sistemas corporativos, bem antes das decisões tomadas quanto à escolha do ERP que atenderia a empresa. Era sua preocupação “reservar” (ou “preservar”) nosso pessoal para a “inteligência do negócio”, ao invés de continuar a desenvolver sistemas que atendiam às várias comodities (contabilidade, contas a pagar e a receber, pessoal, etc.) que não nos diferenciariam dos concorrentes.
Um certo dia ele acabou sendo convocado para trabalhar na alfândega do aeroporto Tom Jobim pois tinha passado num concurso para a Receita Federal lá pela década de 70. Durante algum tempo, conseguiu dividir o seu tempo entre a Ipiranga (onde trabalhava quatro dias por semana) e a Receita (onde trabalhava um dia útil e um dia de fim de semana). Foi quando passou a ser requisitado por vários executivos (dos mais altos escalões) ao voltarem de viagens ao exterior.
Era uma situação que só podia ter um final: ou Ipiranga ou Receita. E ele escolheu continuar na Receita Federal. Foi uma perda para todos os seus funcionários diretos e para todos os outros que conviviam com ele.
Depois disso, os encontros passaram a ser casuais e cada vez mais esporádicos. Até que tivemos a triste notícia de seu falecimento.
A seguir, alguns testemunhos coletados no nosso grupo de whatsapp:
“Paulo Cesar sempre foi uma pessoa especial. Inteligente, culto, voz pausada e argumentos convincentes, sempre na ponta da língua, nos deleitava com prolongadas e substanciais conversas sobre qualquer assunto!”
“Ele marcou sua passagem na Ipiranga e deixou um legado para todos nós.”
“Além do positivo convívio humano e profissional na Ipiranga, tive a sorte de ser seu colega no Colégio Militar. A mesma consternação que ele deixa a nós da Ipiranga está acontecendo nos colegas e amigos daquelas instituições de ensino.”
“PC, verdadeiro Aurélio ambulante. Sempre disposto a esclarecer todas as nossas dúvidas.”
E algumas mensagens de despedida postadas no grupo FNI:
“Infelizmente não poderei comparecer, estamos fora em viagem. Meus sentimentos a todos pela nossa perda. Certamente também gostaria de participar de qualquer homenagem ao PC.”
“Eu gostava muito do PC, é só o que consigo dizer agora.”
“Nosso querido PC Boeing acabou de decolar para fazer seu último voo em direção aos céus.”
Grande PC!
20/06/2024
Nota do Editor: os autores deste texto pediram para não serem identificados pois pretenderam que a crônica representasse um pouco do sentimento e das lembranças de todos com quem PC conviveu profissionalmente.
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