Estávamos lá pelo final do ano de 1981, algum tempo antes do grande incêndio que destruiu as instalações da Matriz na Avenida Graça Aranha, incluindo o CPD. Esse episódio já foi descrito por dois heróicos sobreviventes (veja A Reconstrução - I e A Reconstrução - II). Ainda tomo coragem pra descrever a saga que foi restaurar o processamento da Ipiranga!
Naquela época, contávamos com um “poderoso” IBM System /3, com incríveis 64 kbytes de memória! Acreditem: fazíamos muita coisa com tão pouca capacidade! Além da CPU, a instalação contava com uma leitora de cartões, discos magnéticos e uma impressora 1403 que vivia cuspindo papel o tempo todo.
Tínhamos que implantar a nota fiscal eletrônica que era impressa em formulário contínuo. Mas a impressora estava dando algum erro que não conseguíamos resolver e não podíamos esperar pelo técnico da IBM pois os prazos estavam apertados. Por isso, tivemos que alocar duas horas de máquina no CPD da Casa Garson (acho que ficava na rua Rodrigo Silva pois tínhamos que ir da CBPI até lá pela Av. Rio Branco e pegar a rua Sete de Setembro).
E lá fomos eu, o Armando e o Debize. Cada um levava uma caixa grande de formulário contínuo, com duas vias carbonadas, pesando algo entre 12 e 14 quilos cada.
Quando chegamos na esquina da Sete de Setembro, o Debize largou a caixa dele na calçada e foi embora dizendo que “não ganhava pra carregar caixa de formulário contínuo pelos ruas do Rio de Janeiro”.
Tivemos que pegar a caixa dele e levar até o CPD da Casa Garson (junto com as outras duas que já carregávamos). “Rodamos” os programas, imprimimos tudo e voltamos (os dois) com as três caixas pra CBPI.
No dia seguinte, tive que relatar o ocorrido ao nosso chefe (que não gostava nadinha de indisciplina e tinha lá o jeito dele de conduzir as coisas, pro bem ou pro mal). O Debize foi chamado e deve ter recebido uma “boa” bronca, bem ao estilo daquele chefe. Como não estava presente, não sei exatamente o que aconteceu. Mas o colega não fez mais nada parecido enquanto ficou trabalhando no nosso CPD. Depois de algum tempo, saiu e eu nunca mais soube dele.
Uma das curiosidades daquela época: a Casa Garson tinha um operador que sabia tudo! E ia ser demitido. Depois de um entendimento com a chefia dele, contratamos o Sergio e ele nos ensinou muita coisa sobre o /3. Mas acabamos tendo que mandá-lo embora: faltava muito e acabava sobrecarregando a gente!
Depois, ficou só a lembrança do peso extra que tivemos que carregar na ida e na volta, naquele dia. Tudo isso de sábado às 14:00hs até segunda às 6:00hs, pois o computador da Casa Garson só tinha tempo disponível naquele período.
E ficou também um ótimo relacionamento com o pessoal de lá, que acabamos usando mais tarde por causa do incendio (a Casa Garson atendeu-nos com presteza pra todas as nossas necessidades!).
Sorte nossa!
Paulo Bonato
29/03/2024
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