“Tudo pronto para a viagem?” Perguntou um dos analistas que fazia parte da equipe escalada para a tarefa.
“Sim”, respondi com uma certa preocupação, pois a missão era bem especial e também crítica (barba, cabelo e bigode): a troca do rack principal, cabeamento, switches, atualização do sistema operacional no servidor de rede local e das estações de trabalho na Região Oeste, em Ribeirão Preto - SP.
Malas prontas e lá fomos nós.
Nos primeiros dias uma equipe multidisciplinar. Com o passar do tempo e com toda a infraestrutura pronta, restaram apenas dois para a última tarefa que seria a configuração das estações de trabalho, configuração do novo sistema de backup e a instalação de um pool de impressão novinho em folha.
Ficamos eu e aquele analista da pergunta do início para terminar os trabalhos. Um dos nossos amigos, que já havia estado nesta localidade comigo em uma outra atividade, lembrou-me do sistema de alarme e disse para eu ficar bem atento. Respondi que me recordava. Agradeci pela atenção e preocupação, nada muito complicado, tranquilo.
A Região Oeste ocupava as instalações de uma mansão em um bairro próximo ao centro da cidade e tinha um sistema de alarme desses com temporizador. A instrução que nos passaram era bem simples: antes de bater a porta na saída digite a senha e após um minuto todo o sistema será acionado, lembrando que o mesmo está ligado diretamente com a polícia que é bem rigorosa aqui na região. Portanto fiquem bastante atentos, disse uma das funcionárias responsável pela administração.
Gravamos a senha na memória, no papel, na palma da mão, na testa um do outro e só não colocamos na “nuvem” porque não havia “nuvem” naquela época.
Finalizamos as tarefas daquele dia bem tarde da noite. Cansados, desligamos as luzes, pegamos nossas tralhas e seguimos as orientações. Ao bater a porta percebemos um ruído estranho e um dos alarmes disparou antes de completar os 60 segundos. O som era ensurdecedor, parecia uma locomotiva ou um caminhão com aquelas buzinas de corneta.
Já estávamos na calçada e o meu amigo um pouco mais próximo da porta. Falei para empurrá-la para ver se estava travada. Um chute bem dado e a bendita se abriu como a porta da esperança.
“Digita essa senha novamente pra desativar e vamos acender todas as luzes antes da policia chegar. Quem sabe assim eles poupam as nossas vidas!”
Bom, deu tudo certo, o alarme parou e a polícia não chegou, pois conseguimos digitar a senha novamente e tudo funcionou.
Fomos direto para O Pinguim, com um forte zumbido no ouvido, tomar um chopp bem gelado (o melhor da região) para restabelecer o nosso sistema nervoso central.
N. do E.: Em 1937, um misto de bar com choperia abria sua portas no térreo do Edifício Diederichsen, sem grande alvoroço, bem na esquina das tradicionais ruas Álvares Cabral com General Osório. (Para quem não conhece, segue o link do site: O Pinguim).
Foram 31 anos de Ipiranga e muitas emoções vividas!
Daniel Apostolidis
15/07/2023
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