Pessoal, antes de começar a ler esse texto de memórias lembrem que essas iniciativas de tecnologia aconteceram há mais de 25 anos. Hoje Linux e virtualização são assuntos corriqueiros, naquela época era “papo de maluco”.
ABADI – Antes já era Bom Agora Definitivamente Imbatível!
Salve Leandro e companhia ilimitada.
Canal A centralizado em mainframe com necessidade de investimento na expansão do computador, treinamento de pessoal no campo, infraestrutura de CPD (Data Center), etc., para receber equipamento com alta demanda de energia e refrigeração e, pelo que me lembro, não completamente desenvolvido e implantado pela própria Atlantic.
ABADI descentralizado, máquinas próximas aos usuários, minimizando questões de performance de rede, parque instalado já com capacidade de absorver a demanda de transações oriundas dos clientes Atlantic e, muito importante, com plano de contingência para desastres plenamente implantado e que se demonstrou perfeito quando de sua utilização no infeliz incêndio que paralisou o CPD da Bahia.
Preciso ressaltar a extrema competência e dedicação de todo o time FNI, pessoal de desenvolvimento, de rede, de suporte, de operação, todos mais do que envolvidos, comprometidos com sucesso da empreitada. Incêndio, se não me engano em um sábado pela manhã e tudo no ar, transparente para os usuários, na segunda-feira, com a base rodando em máquina de contingência no CPD da Francisco Eugênio.
Coisa de primeiro mundo.
Ainda falando de ABADI, com a possibilidade de rodarmos o MUMPS não mais nativo mas instalado sob sistema operacional UNIX, definimos um projeto de escolha de hardware/software que melhor atendesse às características do MUMPS/ABADI. O pessoal de sistemas escreveu programas MUMPS para usarmos como instrumentos de aferição de performance e funcionalidade. Aplicamos essa metodologia em maquinas HP, IBM, Digital e Fujitsu, classificamos esses fornecedores segundo o resultado dos testes de funcionalidade e performance, levamos em conta também presença de mercado, estrutura de suporte, principalmente, e decidimos por equipamentos HP.
É importante ressaltar que não eliminamos os outros fornecedores que atenderam às questões de funcionalidade, com o objetivo principal de podermos melhor negociar as aquisições futuras para troca de máquinas ABADI. Quando era necessário trocar o equipamento, não ficávamos reféns de um único fornecedor. Sempre havia “concorrência” permitindo-nos conseguir condições comerciais justas e adequadas.
Outro marco significativo no processo de migração de nossos amados, idolatrados, salve salve, mainframes para servidores foi a implantação do Lotus Notes para, inicialmente, assumir a função de correio eletrônico. O projeto da IBM, apontava para rodarmos o Notes em Windows NT em máquinas “Intel” mas, como sou um “pouquinho” reticente quanto ao uso de Windows, propus estudarmos a possibilidade de rodar o Notes em AIX, o que foi bem visto pelo time da IBM. Definimos a capacidade estimada, e assim seria porque não tínhamos muitos dados para um planejamento de capacidade mais meticuloso, e partimos para uma máquina F40. Sucesso total, usuários atendidos, custos de aquisição e manutenção inferiores à proposta inicial, menos espaço físico necessário, energia elétrica, refrigeração, etc…
Essa máquina suportou durante alguns anos não somente a carga de correio como também os sistemas que foram desenvolvidos na plataforma Notes. Quando a performance começou a não mais atender às necessidades dos usuários pensou-se em trocá-la, pois os indicadores apontavam para estresse de CPU. Mas …. entrou em cena a mentalidade mainframe do time e procuramos os porquês do consumo de CPU estar tão alto. Vira daqui, vira dali, verificamos que muito do consumo vinha de gerenciamento de I/O (aprendemos que diferentemente do nosso amado, idolatrado, salve salve mainframe, essas maquininhas mais “barratinhas”, não tinham um subsistema de I/O independente, usando a CPU para gerenciar as operações de I/O). Verificamos também que uma parte muito significativa do I/O advinha de operações de paginação, e não em benefício dos aplicativos. Ou seja, nosso estudo apontava para um estresse de memória real e não para o que a princípio vimos como sendo problema de CPU. Upgrade de memória, problema resolvido, vida que segue. Maquininha danada essa F40.
Já já vem mais!
José Francisco (Xyko)
24/11/2023
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