Num dia qualquer em meados da década de 90, eu caminhava da Matriz para a sede da Região Leste, agora ocupando o prédio anexo na Francisco Eugênio (aquele que ficava ao lado do posto).
Tinha um encontro marcado com o gerente daquela Região.
Lá chegando, a secretária pediu desculpas e disse que o Luís Eugênio estava numa reunião e perguntou se eu podia esperar.
Claro que sim, respondi, e me sentei na antessala para aguardar.
Quase meia hora depois deixaram a sala todos os chefes e coordenadores da sede da Região Leste.
Autorizado a entrar, pela primeira vez vi aquele calmo e educado gerente muito tenso e com cara de poucos amigos.
Nem tive tempo de começar a falar e ele, desabafando, disse:
“Tomei conhecimento que há alguns funcionários daqui da Sede com adesivos plásticos de congêneres afixadas no para-brisa de seus automóveis. Mandei que os chefes avisassem aos nossos funcionários que isto não seria tolerado e os que insistissem, seriam demitidos.”
A única coisa que falei, comentando o que ele tinha acabado de dizer foi “que absurdo”.
Depois de tratar o assunto que me levou até ele, voltei para a Matriz passando pelo estacionamento atrás do posto. Resolvi ver com os próprios olhos se a reclamação do Luís procedia. Procedia!
Passei pelos carros decidido a dar o mesmo recado aos meus funcionários de Controles Internos.
No elevador, resolvi levar o assunto ao Ricardo antes de qualquer providência.
Assim o fiz. Ele estava sozinho e entrei na sala dele.
Contei o ocorrido. Disse-lhe que, voltando, só vi dois carros com os tais adesivos. Sua expressão mostrava que ele não tinha gostado nada do ocorrido e todos sabíamos que quando fechava o semblante e não piscava a coisa era séria.
Na manhã seguinte, na reunião semanal dos gerentes, ele praticamente repetiu a mesma determinação do Luís Eugênio.
À tarde reuni meu pessoal e dei o recado. Uma das minhas funcionárias acabou confessando que usava o plástico da BR de um posto onde se abastecia muito próximo à sua residência. Ela sempre chegava cedinho para conseguir uma vaga no estacionamento que havia atrás do “nosso” posto, onde todos os carros eram vistos por todos, inclusive pelo pessoal da Região Leste!
Por causa das reações dos gerentes, entendi que não podíamos criar um problema que comprometesse todo o trabalho que estava sendo feito junto àquela regional. Tive que ser curto e grosso.
“Não está em discussão o assunto. Quem usar plástico de congêneres no seu carro será demitido sem justa causa!”
Poucos dias depois, reconheci os dois carros, agora com adesivos da Ipiranga!
E não comentei mais nada, a bem das boas relações com o nosso pessoal e com o pessoal da Região!
Caso resolvido!
Ufa! Ainda bem!
Alípio Rangel
14/02/2024
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