Entrei na CBPI em 08/01/1990, vindo da Medidata, empresa que fornecia vários equipamentos para a informática da Ipiranga. Assim que entrei comecei a conhecer e aprender sobre equipamentos de grande porte (IBM) e microcomputadores, já que minha experiência anterior estava focada em equipamentos de médio porte e seus periféricos. Logo logo iniciei as viagens Brasil afora para implantação do sistema ABADI (Automação de Bases e Depósitos Ipiranga). O hardware usado, era exatamente o fornecido pela Medidata, então isso foi tranquilo para mim. Sentia-me em casa!
Minha ideia em sair da Medidata e vir para a Ipiranga era concluir minha graduação em engenharia elétrica, que estava trancada por conta dos horários e viagens que fiz pelas empresas anteriores que trabalhei: Ecodata e Medidata. Essas duas na implantação e manutenção de Tecnologia de Informação em clientes dessas empresas. Quer dizer: sem horário para acabar ou dias de descanso organizados.
No primeiro ano de Ipiranga, acumulei mais horas de voo que um urubu!!
Viajei muito a ponto de nem acompanhar direito o crescimento do meu filho caçula, que nasceu em julho daquele ano.
Eu voltava de viagens e me espantava: Caramba! Como ele cresceu!!!
Dessas viagens tenho fatos curiosos a contar!
Numa viagem para implantar o ABADI na base de Barra do Garças, município de Mato Grosso as margens do Rio Garças que faz a divisão de MT e Goiás, pude me sentir dentro da novela Pantanal que estava passando naquela época.
Cheguei no aeroporto e dois funcionários foram me buscar. Os dois muito quietos dentro do carro e eu, falador como sou, contando das minhas viagens recentes, comentei que estava num pique frenético, que só eu estava viajando, já que o outro colega que fazia essa função não podia viajar muito, também lembro de comentar que eu estava com um filho recém nascido e outro de pouco mais de 1 ano e ainda falei que felizmente a minha esposa compreendia que aquele era o meu trabalho e que aceitei isso quando entrei na empresa.
Nessa hora eu notei uma interrogação nas frontes desses colegas (o chefe da Base e o faturista). O trabalho, que preferi adiantar à noite para remediar algum contra tempo e termos mais tempo para soluções, foi se desenvolvendo a contento.
Já nos conhecendo melhor, o faturista falou comigo: - Você conhece o Vieira (da área de Telefonia, do nosso departamento de Telemática)? Ele é brincalhão, não é? Completou ele. Eu disse que - sim, ele é "gente boa!. Aí ele completou: o Vieira esteve aqui antes, aprontou a infraestrutura de telefonia e nos disse: "Bom, a minha parte está ok, agora vem o Pedrão que vai fazer a instalação e orientar vocês quanto à operação dos equipamentos. Ele é um bom profissional, mas é um gayzão!! É grandão e deve sair do avião rebolando e com uma flor no cabelo!!"
Aí que eu entendi porque foram dois me recepcionar e o porquê da cara de interrogação quando falei de minha esposa e filhos!
Bom, mas com todas essas viagens como ficou a minha faculdade? No ano seguinte, 1991, a implantação dos equipamentos nas bases foi concluído e as viagens passaram a ser "só em último caso!". Então tive uma janela de 3 anos e meio fazendo pouquíssimas viagens. Voltei a faculdade, conclui a graduação e 3 dias após a formatura, recomeçaram as viagens a todo vapor, já no projeto Integração Ipiranga Atlantic!!
Trabalhei na Ipiranga por 27 anos. Saí aposentado em 2017 com 57 anos.
Bons tempos aqueles!!
Pedro Paulo R. Salvador
23/05/2023
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