Algumas recordações interessantes sobre alguns dos grandes projetos que desenvolvemos (alguém vai lembrar dos detalhes de cada um deles, e descrevê-los melhor do que eu). Aqui, a ideia é registrar as curiosidades dos processos de aprovação junto à Diretoria e junto ao Comitê Executivo.
Alguns talvez nem lembrem mais... A migração dos IBM /370 para os IBM 3090 foi bem difícil de aprovar pois era quase impossível convencer os decisores de que era, na época, uma mudança necessária para o crescimento da empresa.
Ouvi (e tive que responder) perguntas e questionamentos como:
não podemos continuar como estamos?
você tem certeza de que precisamos gastar tanto assim?
e se não fizermos o "upgrade". O que pode acontecer?
E por aí vai...
Adivinhem as respostas!
Logo após o fim da famigerada "reserva de mercado" para fabricantes nacionais de mini e microcomputadores, o que aconteceu bem no início da década de 90, lembram(?) - estamos falando de Labo, Cobra, Edisa e Sid - começou a corrida por microcomputadores mais confiáveis, fornecidos por empresas multinacionais (especialmente norte-americanas).
Chegam os computadores "IBM PCs" like, fabricados pela própria IBM, pela HP e por outras e os computadores Macintosh, da Apple, muito caros para aplicações empresariais.
Mouses, disquetes, discos rígidos, monitores, memória, chips, etc., começavam a entrar no vocabulário empresarial (embora poucos, naquela época, fizessem alguma ideia do que estava por vir...).
E assim, começamos, tímida mas controladamente, a "dominar" mais essa evolução.
A aprovação para aquisição de microcomputadores também foi complicada. O último recurso que usei foi perguntar aos Diretores o que eles imaginavam que vinha por trás de tudo aquilo...
Silêncio na sala...
Tirei do bolso um pequenino chip, pedi para passarem de mãos em mãos e disse: "É disso que estamos falando...".
Projeto aprovado!
TCP-IP? Redes? Velocidades de transmissão? Segurança?
Mais novidades tecnológicas...
Como defender esse projeto junto à Diretoria?
Foi difícil. Com powerpoints descrevendo da maneira mais leiga possível o que pretendíamos e tínhamos que fazer para facilitar o crescimento da empresa, fizemos duas ou três apresentações até que o projeto foi aprovado e incluído no orçamento. Aqui, acredito que a integração das dependências e a segurança na troca de dados e informações foram fatores-chave para a decisão final.
Mais um projeto desafiador!
Convencer a Diretoria e o Comitê Executivo de que essa era a direção certa não foi nada fácil!
Lembro que foram várias reuniões para aprovação, já que era um tema muito novo, desconhecido dos executivos e que requeria mudanças de paradigmas importantes, como:
o grande não é mais a solução!
o pequeno é muito mais flexível,
e muito mais barato!
Quando começamos a falar de $$$, a postura começou a mudar!
E, em função das decisões favoráveis à nossa proposta, começamos a migração para servidores menores. E escolhemos a HP como principal parceira neste desafio.
Foi uma grande mudança! E, por causa dela, e dos custos e benefícios associados, a solução foi reconhecida, no Comitê Executivo e no Conselho de Administração, como a melhor opção para a integração Ipiranga-Atlantic.
Esse projeto, de tão importante, merece uma crônica especial.
Foram desafios únicos: integrar sistemas descentralizados com sistemas centralizados!
Vários funcionários e funcionárias vindos da Atlantic colaboraram para o sucesso deste "projetão".
A aprovação dos trabalhos ultrapassou a Diretoria da CBPI e era feita no Comitê Executivo e, por fim, no Conselho de Administração.
Para demonstrar que sabíamos claramente o que tínhamos que fazer, lembro que imprimi a rede Pert do projeto (mais de 1600 atividades com todas as interligações e dependências - um verdadeiro "fettuccini") em 14 ou 15 páginas de formulário contínuo (ainda existiam naquela época). Rede "enrolada", debaixo do braço, lá fui eu para a reunião final. Quando comecei a colocar a rede Pert na parede em frente à grande mesa de reuniões (com o auxílio das secretárias), todos ficaram convencidos de que aquele era o caminho a ser tomado!
E assim o projeto foi aprovado!
A partir de determinado momento, na segunda metade dos anos 1990, os “influencers” internos e externos (licença “literária” pois naquela época ainda não tinham inventado esse termo) começaram a pressionar para que a empresa implantasse um “sistema integrado” (SAP, Oracle, ou Baan).
As promessas eram tantas, tão boas e tão abrangentes que a segunda metade daquela década seria caracterizada pelo "boom" nas vendas dos pacotes de gestão. Os pacotes eram “fáceis de implantar, com ótima relação custo/benefício” (segundo os vendedores).
Depois de muita cobrança da Diretoria (pois preferíamos continuar o desenvolvimento de nossos próprios sistemas), acabamos cedendo e escolhendo o “patinho feio”, o ERP da J.D.Edwards, mais tarde adquirido pela Oracle - isto é: nossa escolha não foi tão ruim assim, apesar dos “influencers”!
Outro projeto inovador!
Com soluções únicas, como equipamentos blindados, atendendo às especificações militares (muita irradiação, gases, e outras hostilidades ambientais na pista de um posto de gasolina).
Aqui cabe outra crônica específica.
Mas lembro que, depois de muitas dificuldades com fornecedores e com os próprios operadores dos postos, começamos a ganhar sua confiança de que, embora as especificações do projeto fossem muito rígidas, o resultado final trazia muito mais confiabilidade e disponibilidade para todos os envolvidos na operação e no atendimento dos clientes.
Belo projeto (provavelmente copiado pelos concorrentes...)
Há diversos outros projetos realizados que podem ser comentados aqui.
O mais importante é que, agora, posso dizer com segurança:
Valeu a pena!
Ricardo Costa
26/05/2023
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