Pra talvez fechar esse texto sobre downsizing e seguirmos com mais algumas ações interessantes no mundo de servidores, acho importante ressaltar uma, se não me engano, última e definitiva etapa do processo que finalmente permitiu desligarmos o último herói da resistência mainframe na Ipiranga (fecha o pano, lágrimas rolando). Instalamos um ambiente COBOL (o “ser” mais anunciado como morto na face da terra e ainda rindo de nossas caras solenemente até hoje) em maquina RISC e o valoroso cavaleiro da távola redonda Sir Adilson converteu todos os sistemas remanescentes e que não puderam ser substituídos por outras plataformas.
Vamos falar agora de duas iniciativas daquelas classificadas como …. caramba, lá vem essa turma do suporte com maluquices. 😀😀😀
Fomos pioneiros no uso do Linux.
Qual o nosso maior objetivo com essa iniciativa? Redução de custo de aquisição e manutenção de hardware, redução de custo de licenciamento e suporte de sistema operacional.
Afinal, máquinas “Intel” tinham um custo total de propriedade (TCO) muito inferior ao de máquinas RISC.
E a primeira grande iniciativa não foi nada humilde, decidimos trocar toda a infraestrutura de internet que estava rodando em maquinas RISC.
Montamos um projeto que envolveu inicialmente a IBM e que depois teve a incorporação da Conectiva. A entrada da Conectiva no projeto se deu porque a IBM ainda não tinha total domínio do ecossistema Linux e nosso projeto era arrojado. Tinha como pressuposto alta disponibilidade baseada em cluster ativo/ativo de máquinas distribuídas entre o CPD principal e o secundário (lembram-se, o que ficava no prédio anexo). Outro ponto que foi muito inovador nesse projeto foi a implementação de um software de balanceamento de carga instalado em máquinas também em cluster que ficavam como front-end da infraestrutura de servidores (deu pra entender tudinho, não?). Nesse ponto do projeto, apesar de eu ter decidido por ele a partir de leitura de Red Book IBM, o time da IBM não conhecia e não se atreveu a implementar. Nesse momento a Conectiva foi incorporada ao projeto, por indicação minha e chamamento da própria IBM. Projeto implantado, satisfação garantida e pulinhos de felicidade da Mucha (nossa representante da IBM), que tinha como objetivo do ano implantar um projeto em Linux.
E agora para finalizar, por enquanto, essa saga, vamos falar de virtualização.
A Ipiranga foi a segunda empresa no Brasil a implantar VMWare em produção. A primeira eu não lembro, e também não tô nem aí, não tô nem aí. 😀😀😀
Objetivo: ganho de escala, otimização de recursos computacionais, redução de custos para a empresa.
As máquinas “Intel” rodando Linux ou Windows normalmente ficavam dedicadas a um único sistema/ambiente de aplicações. Na maior parte das vezes seus recursos de hardware eram sub-utilizados. A virtualização nos permitiria rodar mais de um ambiente de sistemas em um mesmo servidor. Assim foi feito e mais uma iniciativa inovadora foi adotada com sucesso na Ipiranga.
Vale ressaltar que o nosso já grande conhecimento de Linux nos permitiu adotar práticas que aumentaram ainda os ganhos de escala. Lá vai a explicação razoavelmente técnica. O VMWare é um Linux. As máquinas virtuais são como que processos “rodando” sob o Linux. Que tem uma característica de otimização de uso de memória real chamada shared memory que aproveita as páginas iguais de processos ativos evitando duplicá-las. Para aproveitar melhor o hardware nunca alocávamos máquinas virtuais Windows e máquina Linux no mesmo servidor e quando aplicávamos correções (patches) nos sistemas operacionais aplicávamos sempre em todas as máquinas.
VMWare adotado, objetivos alcançados.
Muito técnico? Muito longo? Sorry! Foi a empolgação de fazer um “dumping” de memória tanto tempo depois!
Foi ótimo!
José Francisco (Xyko)
17/12/2023
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